Escrita por: Amanda Kassis
Este texto contém spoilers sobre o desfecho do episódio.
Após o dramático cliffhanger da semana passada sobre o destino de Murderbot, o novo Sci-Fi da Apple TV+ retorna com o episódio ‘Rogue War Tracker Infinite’, que promete confissões e um final explosivo.
No episódio anterior, o ciborgue (Alexander Skarsgård) heroicamente sacrificou sua vida para não machucar o grupo de pesquisadoras da PresAux. Para quem começou a temporada dizendo não se importar com eles e, também, rejeitando veementemente as emoções humanas, o Murderbot expõe toda sua complexidade ao preferir encontrar seu fim pelas próprias mãos do que ceder o controle ao inimigo e causar uma carnificina. Retornando ao mesmo ponto, a cena de abertura mostra que os pesquisadores não estão prontos para desistir tão fácil do protagonista.
Porém, antes de partirem em direção ao seu habitat do outro lado do planeta, eles descobrem uma sobrevivente do massacre da DeltFall. Pela primeira vez desde o início da temporada, há a introdução de uma nova personagem, chamada Leebeebee (Anna Konkle), que pode oferecer algumas respostas para o que está acontecendo no planeta. Coberta de sangue e com um olhar receoso, a sua sobrevivência milagrosa e suas incontáveis perguntas deveriam torná-la motivo de suspeita, exceto sob o olhar inocente dos pesquisadores.
De qualquer forma, “respostas” é a palavra-chave do quinto episódio. Assim que Murderbot acorda no habitat, cercado de olhares preocupados dos humanos, descobre que seu segredo está exposto. O Dr. Gurathin (David Dastmalchiam) — desconfiado da Unidade de Segurança desde o começo — acessou seu sistema e descobriu que é um robô rebelde. A notícia causa divisão entre os membros — o que vai contra o princípio de consenso da PresAux — já que a maioria o vê como uma pessoa e companheiro ao invés de um humanoide sem sentimentos.
Aqui, o paradoxo envolto de Murderbot entra em jogo. Desde que pisou no planeta para essa missão, o robô noveleiro com aversão aos sentimentos humanos teve livre arbítrio em todas as suas ações, incluindo salvar a vida dos pesquisadores várias vezes. Tecnicamente, nada o impedia de roubar o hopper para fugir para algum lugar distante ou massacrar todos ao seu redor, mas não o fez. Tais escolhas motivam a maioria a confiar no personagem de Skarsgård, algo que o próprio descreve como burrice, porém não deixa de admitir — ainda que apenas em sua mente — que, ao olhar para os rostos esperançosos deles, ficou feliz de não tê-los matado. E se em poucos minutos ele muda de opinião para “eu morro ou vocês morrem”… Bom, não é à toa que ele é um personagem complexo.
Unidos pelo comum desejo de quererem sair o mais rápido possível do planeta, a equipe decide lançar o farol de emergência, que envia um sinal de socorro para a Corporation Rim e, esperançosamente, uma nave de resgate em 5 dias. O sistema falha, levando o Murderbot e a Drª. Mensah (Noma Dumezweni) a terem que se deslocar até o farol para ativar o sistema manualmente.
Como toda boa série de ficção científica, a metade da temporada precisa de algo marcante para abrir caminho para os episódios finais e não há nada melhor do que literalmente fazer “BOOM!”. É com o farol de emergência explodindo tão próximo ao hopper e a tensão cada vez mais alta que a série da Apple TV+ finaliza seu quinto episódio. ‘Rogue War Tracker Infinite’ encontra balanço entre tirar um momento para revelações e, também, trazer um bom gancho para que a audiência continue a acompanhar as aventuras desta equipe tão singular narradas por um protagonista igualmente único.
Ansioso para o próximo episódio? ‘Murderbot’ é exibida semanalmente pela Apple TV+, às sextas-feiras. A 1ª temporada contará com 10 episódios.
Nota: 8,5