Escrito por: Pedro Rubens
Preciso fazer uma confissão: eu sou uma pessoa que tem os dois pés atrás com produções do Prime Vídeo. Justamente por isso me privo de ver os conteúdos originais do streaming que, pra piorar, ainda tem uma das piores plataformas atuais. Demorei pra assistir The Wheel of Time justamente por isso, mas na verdade acho que perdi tempo por não ter assistido antes!
The Wheel of Time, série original Prime Vídeo, adapta a fantasia épica criada por Robert Jordan, mostrando um mundo onde a magia existe, mas apenas mulheres podem usá-la. A história segue Moiraine, membra da organização feminina chamada Aes Sedai, que embarca em uma perigosa jornada mundial com cinco jovens homens e mulheres.
Não é tão comum assim encontrar histórias de fantasia com personagens femininas no centro da série, mas aqui conhecemos mulheres fortes, corajosas, badass, conscientes da sua importância e destemidas o suficiente pra encarar os próprios medos. Esse protagonismo é, de longe, um dos grandes acertos do piloto que segue uma linha narrativa que respeita isso e não tenta desviar o foco para os homens.
A ambientação de The Wheel of Time é também um acerto. A cenografia é muito bem trabalhada, desde o ambiente externo das vilas até o interior das cavernas, tudo parece ter sido milimetricamente pensado para proporcionar uma experiência imersiva ao espectador. Além disso, a caracterização acerta em cheio ao criar figurinos que mesclam entre períodos medievais mas com um tom contemporâneo.
Mas sem sombra de dúvidas o que mais me atraiu na série foi a incrível capacidade de em apenas 55 minutos conseguir construir uma narrativa que apresentasse a curiosa mitologia por trás do arco principal, enquanto desenvolvia as características dos protagonistas.
Imagine uma máquina que esteja em perfeito estado, com todas as engrenagens pequenas e grandes girando ao mesmo tempo garantindo o seu funcionamento pleno. É isto, a roda realmente gira! A série consegue trabalhar, em apenas um episódio, personagens principais e secundários, apresentar a filosofia e mitologia da narrativa, inserir e remover personagens. Que trabalho maestral o dos roteiristas!
Em tempos onde tantas produções miram no mirabolante, no grandioso, no espetacular e por muitas vezes acertam na mediocridade, The Wheel of Time consegue vender seu peixe com um episódio piloto recheado de aventura e emoções.
Finalizo esse texto encaixando a própria série na narração citada ao final do episódio, pela voz da Rosamund Pike:
“A Roda do Tempo gira, e Eras vêm e vão, deixando memórias que se tornam lendas.”
The Wheel of Time tem tudo para ficar marcada na nossa memória como uma das maiores séries de fantasia já produzidas, marcando eras e se tornando lenda.
Nota: 8.5
Que maldade, só 8,5 pelo piloto? Merece mais!
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haaaaaaaaaaaa
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