Escrito por: Leonardo Markana
Quando as devidas oportunidades são dadas para pessoas fora de uma bolha padronizada, histórias com aspecto inovador podem surgir e acabar nos surpreendendo. O que é o caso de The Sex Lives of College Girls.
A série nos apresenta a quatro protagonistas que irão dividir o dormitório na Universidade de Essex, e elas não poderiam ser mais diferentes entre si: Bela, uma garota indiana que sonha em ser uma renomada comediante e que lutará para encontrar seu espaço no cenário humorístico; Kimberly, uma nerd do interior que não possui os melhores trejeitos sociais mas possui um coração de ouro; Whitney, filha de uma importante senadora em Washington e também excelente jogadora de futebol, mas que guarda um segredo de todos; e Leighton, uma loira, rica e mimada, que se faz de patricinha enjoada mas no fundo mostra que se importa com as pessoas que verdadeiramente gosta.
Mindy Kaling acerta mais uma vez, e considerando o sucesso que Never Have I Ever teve ao apresentar uma adolescente indiana no ensino médio americano, The Sex Lives of College Girls nos apresenta não só a uma protagonista indiana, como a Bela, mas também a garotas com os mais diferentes backgrounds, me fazendo pensar que elas provavelmente não seriam amigas em um ambiente escolar, tornando o fato da série se passar em um campus universitário ser um diferencial, especialmente quando levamos em conta a quantidade de séries ambientadas no ensino médio americano.
Além disso, o piloto não demora a mostrar que mesmo elas tendo acabado de se conhecer, todas possuem um senso de sororidade e companheirismo que não soa nem aparenta ser forçado, muito pelo contrário.
E o maravilhoso diferencial da série está em observar que ao mesmo tempo que ela se atenta a quebrar estereótipos em suas narrativas, como a Bela em sua jornada para se tornar uma comediante famosa, também é possível ver que a mesma se utiliza de narrativas conhecidas em inúmeras séries de tv mas com abordagens diferentes, como o caso da Leighton, que se encontra extremamente escondida no armário. Porém, em vez de ser a típica personagem LGBTQ+ que geralmente estamos acostumados a ver, não tendendo a se expressar de maneira heteronormativa, ela se mostra como uma patricinha rica, mimada e muitas vezes grosseira, muitas vezes reforçando o aspecto heteronormativo.
E todos esses aspectos na série são tratados com uma dose de humor na medida certa e sem perder o timing, o que não é uma surpresa considerando o fato da série ter sido criada pela maravilhosa Mindy Kaling. Para quem curtiu Never Have I Ever, College Girls segue sendo uma ótima recomendação tanto para quem curte um humor inteligente quanto sensível e que casa perfeitamente com os tempos atuais em que vivemos.
Nota: 9.0
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série sensacional, daquelas que você fica triste que ainda tem poucos episódios
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