Escrito por: Tom Carvalho
No ano de 1954, era lançado Lord of the flies, (Senhor das Moscas), um livro que além de muito premiado, influenciou a cultura pop não somente na época mas anos depois por meio de uma versão cinematográfica lançada em 1990. Na história, um grupo de crianças tenta sobreviver após uma queda de avião e devem aprender a conviver uns com os outros. O que chama atenção tanto na obra literária quanto audiovisual são as questões éticas abordadas. A obra gerou tanta comoção que até mesmo Charlie Parsons, produtor de tv britânico, se inspirou na obra (e em outros aspectos de sua própria vida) para criar um dos reality shows mais bem sucedidos da história: Survivor (no Brasil, No Limite) e deslanchar sua carreira
Pois bem. A nova menção a “Lord of the Flies” em 2021 veio por meio do lançamento de uma série que trocou crianças por adultos e meninos por mulheres adolescentes e adultas. Yellowjackets tem um piloto que me causou estranhamento e um pouco de desconforto. Acho que a melhor forma para descrever seria dizer que tem um tom de filme de terror que nao chega aos climaxes de susto e sangue que estamos acostumados além de se mostrar como um drama mas que não nos entrega muita profundidade com relação aos personagens e muito menos com onde se quer chegar com o que vimos no piloto de basicamente uma hora de duração. Me lembrou de vários filmes que me frustraram e que pareciam que iam entregar alguma coisa boa mas só prepararam o terreno e de fato não trouxeram nada de significativo.
Pelo menos no elenco o Showtime investiu bem. Os grandes nomes são Christina Ricci, Juliette Lewis e Melanie Lynskey (da maravilhosa Togetherness que eu nunca esquecerei), que estampam muito bem as fotos de divulgação e vídeos promocionais da série. O hype se manteve após, de fato, assistir ao piloto? Não vou julgar toda a temporada mas pelo menos nesse episódio de abertura eu achei um pouco de desperdício de talento dessas estrelas.
As boas notícias ficam a cargo da trilha sonora e do visual retrô que ajuda a dar uma fugida da mesmice. No decorrer do episódio acompanhamos timelines diferentes onde pouco a pouco nos é mostrado um pouco mais das personagens tanto no passado quanto no presente. Ou talvez seja o futuro? Não tenho 100% de certeza.
Para quem gosta de séries que lembram outras séries, acho que essa seria uma boa. Eles trazem vários clichês de séries adolescentes, com um misto de terror, com um toque de Desperate Housewives, dai vao pra Pretty Little Liars de novo, nos dão uma cena de avião ao melhor estilo "Premonição" e daí voltam pro arroz com feijão de séries com personagens misteriosos que vão tendo seus passados revelados pouco a pouco.
O que a série entregou: uma série de recortes do que os produtores entenderam como algo que ia chocar o telespectador e que no final das contas gerou um episódio raso e cheio de recursos que apelam para um constrangimento e desconforto em quem assiste.
O que não veio aí: Coesão talvez seria a palavra. Me deu a impressão de que muita coisa poderia ter sido diferente. Mesmo com problemas, eu acredito que a série vai encontrar sua audiência. E o Showtime tem um histórico de renovações e cancelamentos polêmicos então não espero menos dessa nova série.
Nota: 7.0
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Acho que não gostei... kakakaka
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