Escrito por: Vinicius da Terra
“Uma nova vida te espera nas colônias off-world, uma chance de recomeçar numa terra cheia de oportunidades e aventuras: um novo clima com instalações recreativas, plano de carreira, salários competitivos e um companheiro leal e solícito que você recebe inteiramente de graça. Use seu novo amigo como um servo pessoal ou como mão de obra incansável, pois este replicante humanoide personalizado e geneticamente modificado foi feito para atender às suas necessidades.”
Imagine acordar no vagão de um trailer auto-dirigível em um Estados Unidos distópico (Los Angeles, 2032) em que a descrição acima é a sua nova realidade. É assim que conhecemos Elle, protagonista de “Blade Runner: Black Lotus”.
Violência, sangue, ambiguidade moral e atividade criminosa junto do uso de ângulos de câmera inclinados e interação de luz e sombras são elementos característicos do neo-noir - gênero que Blade Runner ajudou a definir nos anos 80. No novo anime do mesmo universo, uma produção original da Crunchyroll e do Adult Swim, toda essa essência continua a moldar a narrativa através do uso de cores neon e brilhantes e conjuntos fantásticos. Para fãs do gênero, a série entrega um prato cheio.
Vale destacar que essa é uma crítica spoiler-free do piloto, ou seja, com a intenção de não afetar a sua experiência ao assistir. Se você, assim como eu, é um grande entusiasta de sci-fi e distopias, você não deve se incomodar com o fato de não ter assistido Blade Runner previamente ou ainda não gostar de animes. Para quem não assistiu Blade Runner: fique calmo, a série se sustenta por si só, revelando a todo momento como esse universo futurístico de replicantes, off-world e elementos cyberpunk funciona. Animada pela Sola Digital Arts, estúdio japonês especializado em CGI responsável por “Ghost in the Shell: SAC_2045 Sustainable War” e o futuro filme em anime de Senhor dos Anéis: “The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim”, Black Lotus se assemelha muito a um jogo de videogame, contando inclusive com belas cenas de ação dignas de Mortal Kombat e Tekken, com muita coreografia nas lutas, sangue e uso de diversas armas brancas como katanas.
Composta pelos produtores indicados ao Grammy, Michael Hodges e Gerald Trottman, a trilha sonora (perfeita, a qual eu escuto enquanto escrevo) é composta por faixas novas e originais de Hodges, Alessia Cara, X Ambassadors, Iann Dior, 070 Shake, G-Eazy, Tori Kelly, Alesso & Danna Paola e muito mais.
“Depois de trabalhar em Blade Runner 2049, Blade Runner Black Out 2022 (…), foi uma grande honra trabalhar em Black Lotus. Entendemos muito bem a franquia e a marca e queríamos fazer algo único, algo moderno, mas que ainda prestasse homenagem ao som original de Blade Runner.” Hodges disse. “Muitas das músicas atuais foram inspiradas em Blade Runner. Isso nos permitiu não apenas compor e fazer o SFX/Sound Design da série, mas também abriu uma porta para colaborar com artistas excepcionais em um álbum de trilha sonora completamente original”
Blade Runner: Black Lotus, já está disponível no Crunchyroll no idioma original em japonês com legenda para todos os idiomas.
Nota: 6.0