Escrito por: Pedro Rubens
Na Economia utilizamos o ceteris paribus sempre que vamos analisar uma variável específica. Esse termo nada mais é do que a compreensão de que, naquela análise, tudo demais é mantido constante (ceteris paribus) e apenas uma variável será analisada de forma isolada. Diante da enxurrada de adaptações literárias para a TV, streaming ou cinema, geralmente temos críticas ao que foi proposto, mas e quando uma série entrega com fidelidade o conteúdo no qual se baseou?
Cowboy Bebop, nova série da Netflix, aposta em adaptar fidedignamente o anime criado por Shinichiro Watanabe e exibido no Japão em 1998. Seguindo a história de uma equipe de caçadores de recompensas, que divagam pelo espaço e precisam lidar com questões pessoais enquanto caçam bandidos pela galáxia.
Confesso que nunca fui um fã de animes, mas alguns em específico sempre fizeram parte da minha vida e Cowboy Bebop foi um deles. Diante do anúncio da série criou-se a agridoce expectativa que se dividia entre: Vão estragar meu anime X Façam logo isso porque eu quero muito ver. Mas os exemplos que temos de adaptações de animes não são tão favoráveis assim e a própria Netflix não teve tanto êxito ao adaptar Death Note, por exemplo.
Mas o episódio piloto de Cowboy Bebop me pegou em cheio. Se o grande público sempre reclamou de uma adaptação que não foi fiel à obra original, aqui, esse tipo de crítica não pode ser considerada!
O primeiro episódio do live action é basicamente uma releitura do primeiro episódio do anime, seja através da apresentação dos protagonistas, ou pela dupla de procurados que estão sendo caçados. É totalmente compreensível a necessidade de apresentar alguns personagens já no piloto, dado que no original cada episódio tem menos de 30m, enquanto no live-action os episódios tem 50m, em média.
Talvez o problema de Cowboy Bebop seja o mesmo da obra japonesa: a estrutura é relativamente sem ritmo, e por favor, entenda o que estou querendo dizer… A quantidade de longos diálogos filosóficos somados às cenas de ação fazem com que a série seja uma constante quebra de ritmo. Mas que mesmo assim, funciona muito bem!
Porém os problemas acabam aí, porque além de muito bem dirigida, a série conta com um elenco dedicado a fazer algo grandioso. Seja nas cenas de ação, que são brilhantemente conjugadas pela trilha sonora impecável, ou pelo CGI que levou embora todo o orçamento dos próximos 10 anos da Netflix, a série torna-se uma produção linda de se ver.
Escrevo esse texto com o coração feliz pelo que vi e na expectativa de que outras tantas adaptações não se restrinjam à breguice da obra original. Pelo contrário, que abracem suas respectivas inspirações, aderindo todo o conteúdo e essência, proporcionando ao público uma experiência agradável e satisfatória.
Cowboy Bebop parece sofrer com uma legião de fãs que esperavam uma produção que adaptasse de forma fiel o anime, e que de fato o fez. Porém os problemas que a obra original possui também foram adaptadas e, ceteris paribus, prefiro as dificuldades da fidelidade do que a aberração da diferença. Parafraseando a célebre frase: seu crime foi ser fiel demais!
Nota: 9.0
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Gostei demais , mais bem inferior ao anime kkkkk, muito ep arrastados ,Vicius ficou ridículo, mas vamos ver como vai ser a 2 temporada!
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