Escrito por: Edson Rafael
Você com certeza já assistiu ou leu um romance noir nórdico. Se sabe o que é, só buscar um na memória, se não sabe o que é, vamos descobrir juntos. Um noir nórdico é um gênero literário de romance policial onde o “ponto de vista” é da polícia e suas buscas. Retrata o contraste entre um país cinza e gélido, pacato, dos países nórdicos, com um assassinato, misoginia, racismo velado. É um prato cheio pra quem gosta de uma boa história de detetives, de atenção aos detalhes. Embora não seja novidade séries do gênero na Netflix, tais como Equinox, Quicksand, Marcella, o streaming ainda investe em séries que já têm renome no mundo da literatura. Kastanjemanden, ou, no Português do Brasil, O Homem das Castanhas, veio com essa proposta.
Nesta série policial que, como a Netflix mesmo diz, “mistura suspense psicológico com noir nórdico”, encontramos dois detetives tentando encontrar o que parece ser um assassino em série que deixa os homens de castanhas que dão o título à obra em português. O livro, best-seller internacional publicado originalmente em 2018 e traduzido para mais de 25 países, foi lançado no Brasil em 2019 pela editora Suma sob o título de As Sombras de Outono, escrito por Søren Sveistrup, mesmo criador e roteirista da famosa série The Killing.
A história começa em 1987. Ørum, morador local, desaparece, porém são encontrados em sua casa, sua esposa morta, seus filhos mais novos, ambos adotados, o menino em péssimo estado e a menina ainda viva, ah, e vale ser dito, vários homenzinhos de castanha. Tem-se um salto temporal para os dias atuais e podemos acompanhar a vida de Naia Thulin, detetive da polícia de Copenhague, lidando com um novo parceiro, Mark Hess, enviado meio que por castigo, pela Europol, polícia européia atuante em vários países europeus, e um novo caso criminal. É encontrada, em um parque da cidade, uma mulher morta e com uma de suas mãos retirada e não encontrada no local do crime. Perto do corpo da jovem, um homenzinho feito de castanhas.
Enquanto isso, a ministra de serviço social do governo, Rosa Hartung está voltando ao trabalho após um ano de luto pelo desaparecimento e morte violenta de sua filha de 12 anos, encontrada com o corpo desmembrado e enterrada. Repórteres a esperam na entrada do prédio onde se reunirá com o governo, e muitos acham que ela não está bem psicologicamente para retomar seu cargo, inclusive seu marido, que não dá apoio a esse retorno, mas continua ajudando o seu filho em atividades triviais, como o levando para a escola e o buscando, mesmo a contragosto do menino. Uma evidência une os dois casos, uma digital de Kristine Hartung, filha da ministra, é encontrada no homem de nozes do atual caso. Como isso pode ter acontecido?
Kastanjemanden realmente traz um clima sombrio e cinzento da cidade de Copenhague, e, assim, já temos um ambiente propício para uma investigação à lá CSI. A relação entre os novos parceiros detetives, a princípio, não é das melhores, afinal, é o primeiro dia que eles se conhecem e se deparam com um caso como esse, que pode até reabrir um outro caso que já havia sido dado como fechado. Me fez linkar também com o caso de 1987. Eles não voltam a citá-lo durante este episódio, mas acho que tem muito a ver com o atual. Eu fiquei só a Nazaré Confusa pensando em todas as provas encontradas e como o rapaz do meme juntando respostas na parede pra explicar minha teoria de como está tudo conectado. O prato está posto. Vamos descobrir o mistério antes dos detetives? (Quase impossível, mas não custa tentar. Kkkkkkrying) A série possui 6 episódios de quase uma hora cada. Vale a pena colocar na grade.
Nota: 8,5