Escrito por: Pedro Rubens e Wesley Lúcio
Produzir uma série ou filme que adapta uma obra literária é algo que continua em alta e talvez continuará dessa forma por longos anos. Existe uma linha muito tênue entre proporcionar ao público uma boa experiência nessa adaptação ou falhar miseravelmente, mas há também que se pensar que nem sempre uma adaptação literária irá ser completamente igual à obra que se baseia. Isso gerou e ainda gera muitos debates em torno dessas duas mídias…
Foundation, nova aposta da Apple TV +, decide enveredar pelos caminhos das adaptações literárias e presentear o público com a história criada por Isaac Asimov. Quando o Império Galáctico é colocado à prova em uma crise política e econômica, Hari Seldon se utiliza da sua teoria psico-histórica para prever a queda do Império e sugerir que a Fundação seja criada, garantindo reestruturação das forças imperiais.
Desde os primeiros minutos do episódio já é possível observar que a série tem como objetivo seguir uma linha diferente dos livros. Seja a partir da mudança de gênero da personagem Gaal Dornick, que na série passa a ser uma mulher, cientista e que vive em um planeta completamente religioso, ou através da presença de Cleon I e seus clones, gerados com a perspectiva de permanecer durante todos os eventos galácticos possíveis.
Algumas dessas mudanças podem ser vistas de uma maneira positiva, já que a série tem o trabalho de criar sua própria mitologia, tomando como alicerce a história do Asimov. Podemos ver isso com a criação de um background para os personagens, dando mais profundidade, a adição de alguns elementos característicos do sci-fi, como os clones, além da criação de uma narrativa “melhor” estruturada. Comparando com os livros, que possuem uma estrutura episódica, onde cada parte tem personagens novos e um conflito novo, a série vem costurando essas histórias para dar um senso melhor de algo que faz parte de um todo.
Dentre as mudanças da série, algo que me incomodou foi a característica apresentada na personagem da Gaal: existe uma certa inocência, como se a personagem não tivesse força suficiente para estar ali. Isso me deixa assustado e com a pulga atrás da orelha, mas desejoso que os roteiristas não tenham mudado sua personalidade simplesmente porque na série trata-se de uma mulher. Se assim for, prefiro não assistir mais…
Onde o Pedro vê um possível erro dos roteiristas, eu vejo um possível acerto, no sentido de construção de personagem. Gaal, apesar de se parecer inocente e sem forças, na verdade teve que lutar muito para estar ali, já que seu planeta proíbe a existência de cientistas, matando-os. Ela teve que abandonar sua religião, sua família e seu planeta para ir atrás daquilo que acreditava e sonhava, que era a matemática.
Visualmente a série não tem defeitos, os efeitos visuais são impecáveis, a ambientação foi muito bem pensada e trabalhada pela equipe de design de produção. Ver um salto espacial na velocidade da luz como foi apresentado na série foi algo que me emocionou, e foi algo que nunca vi antes. Mas aí está outro ponto que me deixou um pouco frustrado: a série se propõe a apresentar uma saga épica, e por mais que se trate apenas de um episódio, nada de épico foi entregue.
Pode ser um pouco cedo para esperar algo épico, já que muitas séries que são consideradas como tal não entregaram tudo em seu piloto. Então, acredito que Foundation ainda tenha muito para nos mostrar. Pode ser que eu esteja errado? Sim. Mas vou correr esse risco e acreditar no potencial da série.
Reitero, então, o que disse antes. Foundation, apesar de ser uma obra excelente, não seria uma boa série se a mesma fosse uma cópia do livro. Logo, as mudanças são muito bem vindas para a narrativa. Pode ser que tenha sim coisa ou outra que não teria sido necessário mudar, mas são decisões criativas que estão além do nosso controle.
Não tenho a menor dúvida de que Foundation será uma das maiores séries da década, podendo inclusive ser a maior série da Apple TV + e futuramente entregar uma temporada épica, conforme foi anunciado. Pela expectativa de um futuro grandioso, por cenas impactantes e momentos que me causaram arrepios enquanto lia a obra de Asimov, pretendo continuar vendo a série e encarar como uma homenagem que tem vida própria e independente da obra de origem.
Nota de Pedro: 8,5
Nota de Wesley: 9
Não foi de primeira, mas acabei gostando da série...
|
1 0 1 |
Tenho que ver mais.
|
1 0 1 |
Eu amei esse piloto. Recomendo demais. Achei didatico no ponto certo. Que efeitos especiais tambem. Acho que tbm teve a combinacao certa entre cenas mais de dialogo e cenas com mais acao e tal.
|
0 0 0 |
Eu adorei a mudança de gênero da Gaal. Sou Gaal até o fiiiiiiim!!! Vamo com tudoooo!!!
|
2 0 0 |