Escrito por: Charlie Grandchamp
Eu estava muito ansiosa para o lançamento de The Wonder Years. Parte da minha infância foi assistindo reprise da série original na TV Cultura. Era a melhor parte do meu fim de tarde. Então quando foi anunciado que fariam um remake, eu fiquei com receio de que a magia se perdesse.
A magia não se perdeu. A nova versão de Anos Incríveis chega com toda a sensibilidade e leveza da série original, enquanto acrescenta uma nova camada na história: as questões raciais. Com a série se passando no final dos anos 60, seria impossível trazer personagens negros e mostrar as injustiças e os processos de mudança que estavam acontecendo (e que não terminaram de acontecer ainda).
Dean (Elisha "EJ" Williams), nosso protagonista, é um garoto negro que está disposto a ser aquele que vai unir as raças e mostrar que todos são iguais. Ele tem uma ingenuidade muito clara, mas ao mesmo tempo traz a esperança que precisamos ainda hoje. Ele se sente diferente das outras pessoas, não apenas de seus colegas negros, mas deslocado de maneira geral. Esse é um sentimento que qualquer pessoa pode se identificar e acho que esse vai ser o trunfo da série, que mesmo trazendo questões raciais importantes, também vai trazer os dramas de um adolescente querendo se encontrar no mundo. Algo universal.
Narrada por Don Cheadle, The Wonder Years consegue apresentar muito bem o que a série deve oferecer ao público: um olhar delicado e divertido de uma realidade muito distante da nossa, mas que não é tão diferente assim. O primeiro episódio se apoiou menos no humor e mais no drama, o que de forma alguma é um problema. Apela para o nosso lado emocional nesse momento importante para uma série conseguir um público que a acompanhe.
Os personagens que nos são apresentados são os que a gente já espera de uma sitcom familiar/coming of age: temos um pai que é durão, uma mãe que quer independência, os irmãos populares e melhores em tudo, o melhor amigo “nerd”, a crush... São todos personagens que a gente já viu antes. E isso não é uma coisa ruim. Nem toda série precisa inventar a roda e está tudo bem. As formulas são usadas porque elas funcionam.
Mesmo que The Wonder Years siga essa formula tradicional, o que vai fazer a diferença é como essa história vai ser contada e se os roteiristas vão conseguir entregar tanto coração em todos os episódios quanto apresentaram nesse primeiro.
Nota: 9,0
Eu achei o piloto bom, teve varias coisas interessantes mas a execucao ficou um pouco a desejar, pra mim. Nao senti nem muita nostalgia da serie original. Eu tava animado pra essa nova versao e devo ver mais episodios mas achei que o piloto nadou, nadou e morreu na praia. :(
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Não chegarei nem perto desta. Prefiro rever a original. Amava demais.
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