Escrito por: Wesley Lúcio
O gênero terror/horror, quando comparado a outros, é um dos menos explorados em séries de tv. Seja pelo público não ser tão amplo, afinal é um gênero bem nichado, ou talvez pela dificuldade em manter uma história coesa e um clima de terror em todos os seus episódios e temporadas. Apesar disso, os apreciadores estão sempre atrás das novas séries para tentar saciar a sede de levar uns bons sustos e de ficar com os olhos grudados na televisão.
Quando falamos de horror, Stephen King é um dos principais nomes do gênero, tanto no mundo dos livros, quanto no de filmes e séries, já que muitos dos seus livros foram adaptados diversas vezes para o cinema e para a tv. E é nesse contexto que entra Chapelwaite. A nova série da Epix, baseada no conto Jerusalem’s Lot, pode ser recebida pelo público com sentimentos mistos, visto que o histórico de séries e minisséries baseadas nas obras do autor nem sempre são aclamadas pelo público por N motivos. Mas vamos à série.
Chapelwaite se passa em 1850 e acompanha Charles Boone, que depois de sua esposa morrer no mar, herda uma casa de seu primo, Stephen Boone, e se muda para lá com seus 3 filhos. A casa fica em uma cidade aparentemente pacata onde uma doença misteriosa a assombra, e Charles logo descobre que ele não é bem-vindo ali, por seus filhos não serem brancos, mas também porque a família Boone é considerada uma maldição na cidade.
A série é recheada de clichês do gênero. Nós temos uma casa grande e estranha, onde os antigos donos estão enterrados no quintal, temos um porão onde uma criança morreu e é uma zona proibida para os filhos de Charles, além de alguns outros. Mas isso não quer dizer que a série seja ruim, pelo contrário, pois apesar de possuir todos esses elementos, ela não os usa como uma muleta para nos encher de sustos com viradas de câmeras e espíritos aparecendo na nossa frente.
O horror da série se sustenta pela atmosfera que ela cria, pelo passado sombrio que sabemos que a casa tem e pela incerteza de que veremos algo assustador ou não. Chapelwaite fez com que uma cena de uma porta do porão aberta, coisa corriqueira em obras de terror, me deixasse com o coração batendo mais forte e me segurando pra não levar nenhum susto.
O piloto faz bem o seu papel. Introduz seus personagens e motivações, nos ambienta, cria conflitos e nos deixa querendo saber mais. A série não tenta reinventar o gênero, mas sabe usar bem seus artifícios e elementos. O que resta agora é ver o que nos espera e torcer para que a série não caia na “maldição” das obras do Stephen King.
Nota: 8,5