Escrito por: Pedro Rubens
Talvez você não tenha parado para prestar atenção nisso, mas basicamente todos os estúdios têm dedicado atenção à produção de alguma série antológica e eu poderia citar inúmeras para corroborar isso, mas vou deixar que você procure algumas na internet e quem sabe assim descubra novas séries para adicionar à grade e embarque em novas aventuras. Mas não faça isso com SOLOS.
Fundamentando a campanha de divulgação nos nomes dos protagonistas da série, como Anne Hathaway, Helen Mirren, Uzo Aduba, Morgan Freeman e outros, o Prime Video apostou todas as fichas na sua nova antologia que levaria o espectador a conhecer a história de 7 personagens, vivendo sozinhos e no futuro, contando relatos pessoais e divagando sobre a vida e todas as coisas.
Escrever histórias separadas, mas que juntas costurem uma mensagem talvez seja uma difícil missão, e aqui vemos como isso pode falhar grandemente dado que o roteiro de cada episódio tenta entregar algo bom, com uma premissa interessante, mas pela falta de aprofundamento em cada história não faz nada além do velho clichê das reflexões filosóficas e existencialistas em situações distópicas.
E por mais que as atuações sejam boas, nada além disso, e entregue bons momentos onde outorgam a brilhante atuação dos protagonistas, ainda assim falta alma na série. Se fosse um corpo, faltaria o espírito que lhe daria vida e faria caminhar livremente por aí sendo um referencial nas antologias que tem marcado a nossa época.
A fotografia da série peca por abusar, absurdamente, da grande quantidade de close ups, focando constantemente no rosto do protagonista e fazendo-o encarar constrangedoramente sua face, de tal forma que causa incômodo, soa como se você estivesse tirando a privacidade daquela pessoa que está ali se abrindo e querendo apenas contar sua história, buscando alguém para ouvi-la.
Não bastasse tudo isso ainda temos o uso exagerado de CGI, que divide espaço com a iluminação do estúdio onde foram filmados os episódios mas que não funcionam em sincronia, pelo contrário, em um determinado episódio há uma brusca mudança de cores na iluminação que levanta o questionamento se aquilo realmente passou por revisão antes de ser exibido.
Talvez o problema de SOLOS tenha sido o mesmo de outras tantas séries: acreditar unicamente no potencial do ator e vender isso como se fosse o suficiente para o sucesso da série. Mas uma produção dessa proporção não se sustenta apenas em grandes nomes e boas atuações, há algo mais, principalmente quando se propõe a trazer reflexões sobre a vida e todas as demais coisas que a circundam.
Nota: 6.3