Escrito por: Pedro Rubens
Esse texto contém spoilers do quinto episódio de Loki!
Se existe algo que é completamente característico da Marvel e faz parte de todas as suas produções são os easter-eggs. É unânime: todos os filmes que compõem o MCU, e mais recentemente as séries, possuem referências as HQ’s ou já citam os rumos que a história irá tomar.
Não é novidade para ninguém que algumas séries, talvez a maioria, optem por entregar ao público episódios mais leves, que antecedam o season finale, preparando o terreno para o grande desfecho da série. Porém isso é assertivo quando a série já está bem encaminhada e sem tantas pontas soltas, como é o caso de Loki.
Apresentar Alioth, que nas HQ’s é adversário de Kang, O Conquistador, como a grande ameaça do Vazio, uma espécie de limbo onde a AVT deposita todos aqueles que foram podados, é um grandiosíssimo risco dado que o público do MCU está mais concentrado nos filmes e nem todos acompanham as séries. Logo, inserir um personagem que vai ter ligação direta com o vilão já confirmado do próximo filme do Homem-Formiga pode não passar de apenas mais uma referência jogada ao vento, ou por outro lado, deixar os fãs do MCU com dúvidas sobre os eventos que antecedem o filme.
Por outro lado, na cena em que as múltiplas Variantes do Loki se reúnem, é possível perceber a ênfase em um fliperama chamado Polybius, que na vida real é considerado como o jogo mais misterioso da história por ser envolvido em diversas histórias mirabolantes, sendo considerado por muitos como uma lenda urbana. Isso pode ser uma referência sobre a existência da AVT e toda a mentira na qual foi alicerçada, ou apenas uma pista sobre a cidade que Alioth está guardando.
Desde a primeira cena vemos a ótima dinâmica da equipe de Variantes, que corroboram para o autoconhecimento do protagonista, seja pela entrega de Sylvie ao se envolver por completo na busca pelos fundadores da AVT, personagem que segue crescendo desde o capítulo anterior. Mas também temos o maravilhoso Loki Jacaré e suas ótimas formas de solucionar os problemas atacando tudo e todos, o brilhante gênio do Kid Loki e sobretudo o Velho Loki que rouba a cena nesse episódio.
O título do episódio já faz menção direta ao arco do Velho Loki nas HQ’s e durante todos os 59m conhecemos mais sobre a triste vida desse personagem e sobre a grandiosidade dos poderes mágicos do mesmo. Destaco aqui a brilhante atuação de Richard E. Grant que em apenas um episódio nos causa a percepção de cansaço, como se a sua versão de Loki carregasse um fardo pesado demais, e isso nos leva a querer ver mais do seu personagem enquanto lamentamos pelo seu desfecho.
O que de fato importa é que, salvo pela cena final, esse episódio seria mais um daqueles que não levaria a série a lugar nenhum além do autoconhecimento do personagem principal e dispondo de cenas importantes, vide o retorno de Mobius e os diálogos na sede da AVT, porém subjugadas pelas interações entre as Variantes.
Quanto a cena final, essa sim sustenta o episódio e garante que a conclusão seja grandiosa, emocionante, expansivo e intrigante ao presentear o público com o desfecho sensacional, porém triste, do Velho Loki que agora finalmente reconhece seu Glorioso Propósito e finalmente aparenta estar satisfeito com a situação.
Caminhando para seu encerramento, Loki ainda tem muitas lacunas precisando ser preenchidas e talvez precisará acelerar as coisas no próximo episódio. Mas uma coisa é certa, o carisma dos protagonistas e a dinâmica em tela que ambos possuem talvez seja o suficiente para nos agraciar com um season finale minimamente bom.
Nota: 8,5
Fiquei curiosa pra saber como seria uma review do quinto episódio sem spoiler do mesmo.
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