Escrito por: Pedro Rubens
Esse texto contém spoilers do quarto episódio de Loki!
Não é novidade pra ninguém que o universo criado no MCU se assemelha a um quebra-cabeças e que a cada nova atração uma nova peça é apresentada, e mesmo que inicialmente não tenha tanta ênfase, posteriormente terá sua relevância e irá compor uma parte dessa grande obra.
Em seus 49 minutos, o quarto episódio de Loki consegue se desvencilhar de tudo o que ainda estava lhe segurando e se joga de vez na maluquice que é a história de Loki, seja através dos protagonistas descobrindo cada vez mais sobre si e a insanidade que é ser o Deus da Trapaça, cada um em sua linha temporal, ou através da catarse que é a AVT e toda a falsa realidade na qual se fundamenta.
Conhecemos a história de Sylvie, apresentada de uma forma que nos ensina sobre quem é a personagem e tudo o que a motivou para chegar até ali. Aqui sim conseguimos entender sobre quem ela é e todas as inúmeras camadas que essa personagem possui, afirmando por definitivo que ainda tem muito a mostrar e o quanto pode impactar no MCU.
Enquanto vemos mais sobre Sylvie, encontramos um Mobius completamente desconexo, fora do eixo e conturbado com os eventos que se sucederam, mas curioso para saber a verdade e, ao descobri-la, entende que tudo o que defendia sobre a AVT não passava de uma grande mentira. Morbius finalmente faz jus àquilo pelo qual sempre lutou, sendo assim, entregando-se à verdade. Das duas possíveis mortes que aconteceram no episódio, essa foi a mais dolorosa na minha humilde opinião!
Quanto à AVT, a fachada sobre a qual a agência se solidificou vem à tona, mas não sem antes sacrificar alguns agentes que ameaçavam revelar a realidade dos fatos. Olhando dessa forma, é curioso notar o paradoxo criado: basear-se na mentira para defender uma suposta verdade, instaurando o caos. O que me leva refletir que qualquer semelhança com o atual desgoverno federal brasileiro seja uma mera coincidência. A agência utiliza-se do velho artifício Caça-Caçador ao pegar uma variante e usá-la como arma para combater outras variantes, como um ciclo sem fim.
Ainda nesse núcleo, finalmente temos a revelação de que os Guardiões do Tempo não são reais e a AVT era uma mera ferramenta para a concretização de um plano e, por mais que o seu idealizador ainda seja um mistério, a Marvel talvez esteja adicionando mais uma peça nesse quebra-cabeças para revelar futuramente a obra totalizada.
Infelizmente, a cena final deixa a desejar ao apresentar uma luta corpo a corpo entre os agentes da AVT e a dupla de protagonistas, principalmente se levarmos em consideração que a série estreou pouco após Falcão e Soldado Invernal, que apresentou coreografias mais verossímeis. Em Loki, faltou criar o clímax para o momento de combate e, acima de tudo, faltou ritmo. Não havia ação, pelo contrário, por um momento chegou a parecer uma luta em slowmotion.
A cena pós-crédito talvez seja considerada por muitos só mais um cliff, mas abraça de vez a ousadia das HQ’s do Loki e entrega não apenas mais uma versão do protagonista, mas quatro, que estão juntas em um local “pós-morte”. O que se sucederá no próximo episódio ainda é uma incógnita, mas se o Evento Nexus ocasionado pela relação entre Loki e Sylvie já foi algo catastrófico e capaz de mudar a realidade de forma ameaçadora pela AVT, podemos esperar grandes eventos a partir de agora.
Se esse fosse o terceiro episódio, com o acréscimo de algumas cenas do anterior, o resultado final seria completamente satisfatório já que ainda teríamos 3 episódios para colocar os pingos nos is e amarrar todas as pontas soltas. Porém, se 2 episódios serão o suficiente para consolidar a série e entregar um final bem fechadinho, teremos que aguardar pelo que está por vir...
Nota: 9,0