Escrito por: Pedro Rubens
Atenção!
Esse texto contém spoilers do terceiro episódio de Loki!
Propor uma série que se desenvolva e conte uma história concisa em apenas 6 episódios talvez seja um baita desafio, nesse momento você vai precisar provar o seu nível de controle criativo sobre aquela história e a tendência é que na medida que os episódios forem sendo exibidos, a história vá se completando e avançando para a conclusão do arco. Isso não acontece aqui.
Loki entrega um terceiro episódio estagnado, que não eleva em nada a narrativa e parece ter sido apenas uma forma de inserir easter-eggs sobre arcos da HQ’s, como é o caso do planeta Lamentis-1 que dá nome ao episódio e basicamente todos os 42m acontecem em suas terras.
Lamentis é um planeta tecnológico, dominado pela sociedade Kree, mas que ficou conhecido nas HQ’s pelo arco “Aniquilação: A conquista”, protagonizado por Quasar e Mondragon. Esses dois últimos personagens possivelmente não aparecerão na série, quiçá no MCU, e tendo em vista os eventos ocorridos durante o episódio entendemos que Loki chegou nos momentos finais do arco e aqui ficou apenas a referência às HQ's.
A base do episódio é fortalecer o vínculo do protagonista com Sylvie, a Variante que vem sendo caçada desde o primeiro episódio, e é curioso pensar a correlação que o roteiro faz entre as histórias de ambos os personagens: Loki, foi introduzido ao MCU e ao descobrir sua verdadeira origem volta-se contra tudo e todos em busca de vingança mas em sua série mostra que sabe quem é, em si mesmo, como Deus da Trapaça, detentor de grandes poderes (previamente exibidos nesse episódio) e apaixonado pelo lugar em que cresceu e por quem esteve ao seu redor.
Enquanto isso, Sylvie decide abdicar do título de Loki e no momento atual é a versão daquele Loki que encontramos nos primeiros filmes em que foi apresentado. Um misto de revolta, sede de justiça, superego e intenções fúteis diante do contexto em que está inserida. Se a série tentou fazer o contraponto de um Loki mais maduro como possível tutor para Sylvie faltou mais evidência para os fatos, deixando apenas algumas pequenas pistas.
Para além da relação Loki-Sylvie, nesse episódio entendemos que a AVT não tem o menor interesse em redimir o protagonista e perdoá-lo por ter saído da linha temporal sagrada, pelo contrário, ele é apenas mais uma peça no tabuleiro, usado tal qual todos os demais funcionários da Agência, conforme recebemos a confirmação no final do episódio.
Aqui, deixo minha teoria: Mobius, tal qual todos os demais funcionários, também é uma variante que de alguma forma conseguiu colapsar o tempo e criar uma nova linha temporal. Por isso, recebe como “sentença” a possibilidade de trabalhar pra AVT como forma de pagar pelo seu crime. Por isso foi envolvido no caso do Loki e se dedica a encontrar a Variante e isso se repetiria constantemente como um efeito dominó.
Os créditos finais talvez acrescente mais informações a série do que o próprio episódio. Nele podemos ver arquivos da AVT mostrando as consequências daqueles que atravessam os portais do tempo, representada por uma pessoa com moléculas quebradas após a passagem. Também entendemos que a mesma pessoa tem inúmeras possíveis variantes, e em seguida vemos fotos de Loki e Sylvie nos eventos ocorridos durante o episódio, dando a entender que tudo o que ocorreu ainda está dentro da linha sagrada e sob controle da AVT.
Por fim, a Marvel apresenta o perfil de Loki e traz a informação de que o personagem se identifica como gênero fluido. Não sabemos até que ponto isso será levado a sério ou se será apenas uma forma de investir na comunidade LGBTQIA+, tentando apresentar uma representatividade rasa e apenas com interesse mercadológico, mas se essa informação foi dada, que seja utilizada com sabedoria e levantando questões importantes para o debate na sociedade.
Nota: 7.5
Ótima análise!!! O episódio no entanto, para mim, foi decepcionante, assim como o episódio anterior vem frustrando minhas expectativas.
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