Escrito por: Pedro Rubens
É comum você ouvir pessoas comentando sobre séries de muitas temporadas, com inúmeros episódios, histórias mirabolantes, fantasias palpáveis ou enredos diretamente ligados a nossa realidade, mas ouvir falar sobre minisséries, destinadas apenas a uma temporada com início, meio e fim, nem sempre é tão comum de habitar as rodas de diálogo sobre séries.
Recentemente exibida pela HBO, Mare of Easttown nos apresenta em 7 episódios a história de Mare Sheehan, detetive da cidade que compõe o nome da minissérie e se envolve na investigação do assasinato de uma jovem. Na medida que as investigações vão se aprofundando no caso e novas provas vão surgindo, a vida da investigadora segue o rumo oposto: para o caso haveria solução, enquanto para o seu dilema pessoal, não. E é aí que está a beleza de Mare of Easttown, onde duas narrativas distintas se encontram em perfeita harmonia!
A série nos mostra a história de uma investigadora que se entrega por completo ao trabalho como forma de ignorar seus fantasmas, lançando no “sótão da vida” todos os traumas do passado e esquece daqueles que estão ao seu redor, ocasionando numa relação conturbada com sua filha, estando na iminência de perder a guarda do neto e precisando encarar a realidade da estagnação que ela própria se encontrou enquanto seu ex esposo segue a vida, inclusive investindo em um novo casamento.
As decisões do roteiro são assertivas em balancear as investigações do caso que envolve toda a cidade e ao mesmo tempo tratar as questões pessoais da protagonista, escancarando as feridas que ainda não se curaram bem como a necessidade de tratá-las. Por vezes se utilizando de um humor cirúrgico, ainda assim, a quebra de seriedade em algumas situações dão a acidez necessária que evocam a reflexão daquilo que a série está apresentando.
Por mais que haja uma grande diversidade de personagens, desde padres a pais abusivos, mães que perderam suas filhas e famílias que encaram as consequências de adultério, ainda assim o roteiro segue alinhado e como um grandioso quebra-cabeças tudo se encaixa formando uma grande obra!
Mas há algo na série que precisa ser dado ênfase: Kate Winslet. A atriz que dá vida a protagonista aparenta ter deixado de lado toda a doçura dos romances que já fez e entrega (talvez) a melhor atuação da sua carreira, dominando a série, controlando cada milésimo de segundo e mesmo gritando através do olhar enquanto o roteiro não lhe entregava nenhuma fala.
O último episódio começa apenas colocando os pingos nos is, entregando um fim para as pontas soltas que haviam ficado e nos 30 minutos finais entregando um plot que pegou boa parte da audiência de surpresa. A grandiosidade desses últimos minutos é indescritível, digno de todos os prêmios possíveis em todas as categorias, seja na direção, roteiro, trilha sonora e até na fotografia que desde o primeiro episódio é sem cor, sempre acinzentada reforçando o drama vivido, mas na medida que a protagonista se abre para o mundo e decide recomeçar, abrir o sótão e entregar-se de vez ao processo de cura, as cenas vão ganhando vida e se abrindo para uma perspectiva mais colorida, corroborando com a perspectiva para o futuro da investigadora que agora precisará voltar para si e encarar os fatos em busca de solução para sua vida.
Mare of Easttown é uma das maiores surpresas de 2021, com grandes chances de ser a maior minissérie do ano, e talvez abrindo a porta do sótão onde tantas minisséries boas se encontram e dando voz e vez a todas elas.
Nota: 9,64
Essa série é perfeita em tantos níveis.
Os ciclos redondos, a atuação da Kate impecável, sinceramente? Uma das melhores séries que vi até hoje, perfeita! Recomendadíssimo 10/10
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Série chata. kkkkk. deve ser criança ou adolescente fã da netflix. Essa série até agora é a melhor do ano disparado. HBO pisa na Netflix a hora que quiser.
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Série chata pra cara... . Não consegui passar do primeiro episodio!
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que chique essa sessão de reviews no bds
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