Há quem defenda que já passamos da época das distopias e de fato hoje em dia não vemos mais tantas produções que abordem essa temática como víamos há alguns anos. Porém, acredito que havendo criatividade, roteiro e direção, é possível trazer de volta esse nicho e o trailer de Panic me mostrou exatamente uma nova perspectiva sobre isso.
Não, ela não é uma distopia mas seria extremamente melhor se mergulhasse de cabeça no mar de possibilidades que esse gênero dispõe, regasse suas ideias na extravagância e absurdos que a distopia é capaz de proporcionar, mas ao mesmo tempo mantivesse uma linha tênue entre ficção e realidade.
O enredo é simples: na cidade de Carp, no Texas, os jovens que concluíram os estudos participam de um jogo intitulado Panic onde precisam se submeter a algumas provas e o campeão leva o prêmio de 50 mil dólares. A regra é: não entre em pânico.
A série até começa aparentemente bem, apresentando dilemas familiares, amorosos e sociais, intercalando com algumas cenas que desencadeiam nas provas do Panic. Mas se perde a partir do momento que dedica episódios inteiros no desenvolvimento dos problemas pessoais da protagonista e dos que estão à sua volta, detalhando situações que não servem para nada além de mudar o foco da história e cansar o espectador.
Nesses episódios inclusive, diversas situações acontecem e apresentam possíveis soluções mas morrem no esquecimento e contribuem apenas para prolongar uma temporada que poderia ter quatro episódios a menos, excluir personagens que não fariam falta nenhuma e propor um final minimamente decente e diferente daquele que foi apresentado.
Não bastasse tudo isso, desde o primeiro episódio a protagonista narra diversas histórias análogas à sua, mesmo que aparentemente não façam o menor sentido e não contribuem em nada para a série em si. É apenas um momento coach for coach!
O que Panic faz é abrir mão da narrativa que tentava construir, abordando a estrutura distópica no mundo real, e abraça de vez a estética teen onde os jovens se juntam para desvendar um mistério, formam-se casais sem clima nenhum, os jovens se “revoltam” devido às opressões familiares que sofrem e revelações, aparentemente bombásticas, ficam para os últimos minutos de cada episódio buscando prender o espectador para ver o próximo..
Se você for assistir sob essa ótica, talvez seja uma boa alternativa para passar o tempo e se distrair. Caso contrário, não espere uma releitura do gênero distópico nem tampouco ação suficiente para lhe empolgar com o Panic, infelizmente nessa primeira temporada ficamos apenas desejando ver mais do jogo e menos dos problemas de Carp.
Nota: 7.2
Escrito por: Pedro Rubens
Concordo plenamente com a análise. Confesso que criei uma expectativa alta com a série e saí um pouco decepcionada. A série não é ruim, mas se perde entre o 6º e 8º episódio com narrativas pouco interessantes e que pouco contribuem para o desenvolvimento da série no que tange a ideia central de jogos e desafios. Uma pena!
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concordo inteiramente com a análise
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Vi o trailer, fiquei animado em assistir, mas tomei banho de agua fria depois de ler essa análise! Já tinha decidido não assistir séries com notas abaixo de 8 aqui no BDS, essa nota 7.2 me desanimou.
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Excelente!
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