Escrito por: Pedro Rubens
Produções no estilo western têm se popularizado gradativamente. Talvez nós tenhamos chegado ao ciclo onde as séries e filmes vão se dedicar a esse tipo de enredo, assim como já passamos por distopias, sci-fi, fantasia, etc. Obviamente que todas essas ainda estão presentes no nosso catálogo, mas talvez agora seja, de fato, a onda do “tiro, porrada e bomba'', saloons, cavalos e tudo aquilo que o velho oeste tem para oferecer.
Billy the Kid, nova aposta do canal Epix, retrata uma aventura romântica épica baseada na vida de Billy, protagonista que dá nome a série, desde suas humildes raízes irlandesas até seus primeiros dias como cowboy e pistoleiro na fronteira americana. A história passa pela sua infância até os dias em que seu nome se espalhou por toda a América e sua cabeça passou a ter um preço.
Alicerçada no que há de mais profundo e essencial das produções de velho oeste, a série apresenta características muito específicas desse estilo de produção e se utiliza delas com Maestria. Contado com uma imersiva trilha e efeitos sonoros que enriquecem o enredo, a série está com “a faca e o queijo” nas mãos para entregar uma grandiosa produção do gênero!
A cena inicial projetada como um plano-sequência faz com que todo o desenrolar do episódio tenha ainda mais vida, mostrando a progressão de fatos que levaram o protagonista até ali. A direção de fotografia não para por aí e faz objetos de cena, que aparentemente são inúteis, terem vida e corroborem com a ideia central da história.
Da mesma forma, o roteiro constrói o “arco do herói” e em apenas um episódio já mostra as origens de Billy the Kid, traçando a linha que aparentemente conduzirá todo o restante da temporada. Ainda sobre o protagonista, fica evidente a mudança expressiva que há entre a sua infância e a vida adulta. Ainda pequeno, Billy era alguém curioso e olhava com atenção para tudo e todos, enquanto que na vida adulta seu olhar aparenta ser de constante angústia, atordoamento e desequilíbrio.
Vale também destacar a presença de personagens que marcaram a vida do protagonista e que aparentemente não serão apenas “pinceladas” na série, seja através de personalidades como o velho Mr. Moss e seus ensinos sobre armas e tiro, ou pelas inúmeras mulheres fortes e independentes que estavam sempre à sua volta. Claramente esses personagens não ficarão apenas no piloto, mas voltarão no curso da história.
Mas diante do tsunami de séries de velho oeste, Billy the Kid me faz querer ver algo a mais, algo que seja diferente de todas as outras e que consiga se consagrar, cair no gosto do público e ter uma temporada singular, sem ser apenas “mais do mesmo”. Em um mundo onde queremos sempre algo diferente para suprir as nossas demandas, talvez investir na essência do velho oeste e do protagonista seja o necessário para fazer Billy the Kid uma das melhores séries do gênero. Ou não.
Nota: 8.5