SPOILER FREE
Lisey’s Story foi lançada dia 04 de junho pela Apple TV+ e com certeza vai atrair a atenção de muita gente pelo simples motivo chamado de Stephen King. O nome do autor é suficiente para motivar uma legião de fãs a verem a adaptação de sua obra para TV. Se o nome do King não for suficiente, temos Julianne Moore no elenco. Como dar errado? Lisey’s Story foi lançado em 2006 e, segundo o próprio King, é um de seus livros preferidos. Ganhou prêmios como Bram Stoker Award (Premiação concedida pela Horror Writers Association) na categoria “Best Novel”. Parece que o livro não foi apreciado apenas pelo King, mas também chamou atenção da crítica especializada. Eu não vou dizer o que acontece no episódio porque caso você seja um telespectador como eu (que não leu o livro), vai ser muito bom degustar a experiência e sofrer a quebra de expectativa que o episódio promove. Como gosto de fazer, iniciarei falando os pontos que, para mim, foram positivos:
Abertura: às vezes eu tenho a impressão que a arte das aberturas na TV está morrendo. Quem é seriador ou seriadora há mais de 10 anos sente falta de toda tradição que existia em torno das aberturas. Lisey’s Story nos presenteou com uma daquelas que você definitivamente não consegue pular;
Fotografia: Esse ponto é clichê, mas eu PRECISO citar. A fotografia dessa série é uma das coisas mais bonitas que já vi na TV.
A história é muito imersiva: Lisey’s Story certamente não é uma série para pessoas preguiçosas. Não que você seja preguiçoso caso não veja, mas se você for preguiçoso dificilmente vai querer assistir. É preciso esforço para acompanhar o que está sendo apresentado. Como não li o livro, não sei se a construção da história segue esse formato ou se é algo mais inerente à adaptação. De qualquer forma, eu amo produções que me desafiam. Além disso, a série traz o que um terror psicológico deve trazer: tensão. Às vezes me peguei prendendo a respiração de tão envolvida que fiquei. Talvez eu seja muito emocionada, mas estou dando mérito à produção por ter conseguido me causar essa reação.
Incrivelmente eu não tenho nenhum ponto negativo. Acredito que terei alguns para apontar caso a estrutura que vimos no piloto persista por muitos episódios. De fato, o que acompanhamos neste primeiro episódio foi “meio confuso”, mas funcionou demais para Lisey’s Story. Eu não mudaria nada do que vi.
Essa “confusão” é uma forma de nos conectar aos personagens. Quanto mais confusos eles estão, mais difícil é pra quem os assiste entendê-los. Quando refletimos sobre isso percebemos que é coerente. Estamos entrando nas vidas e nos sentimentos de pessoas que não conseguem nos dizer em que momento elas se encontram, perdidas em suas próprias dores e mentes. Eu fico satisfeita em acompanhar essa trajetória junto com elas. Com certeza irei continuar a série e provavelmente irei ler a obra original.
Fun fact: Em uma entrevista, o Stephen King disse que a história foi baseada nele mesmo. King precisou estar no hospital por um tempo devido a uma pneumonia e sua esposa decidiu redesenhar seu estúdio. Ao chegar em casa, o autor encontrou todos os seus livros e pertences guardados em caixas e, com isso, viu como seu estúdio pareceria após sua morte, chegando a afirmar que se sentiu "um fantasma em sua própria casa". Vocês podem encontrar o vídeo no Youtube com o título "Origin of Stephen King's novel Lisey's Story".
Se você procura por uma série profunda e com um terror psicológico de qualidade, a julgar pelo piloto, Lisey's Story tem muito para te servir.
Minha nota: 9.0 – realmente gostei
Nota no BdS até o dia 06/06/2021: 7.61 – Injustiça.
Escrita por: Thalita Martins